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Maio de 2012, mais uma caminhada.

Depois da Ecopista do Dão, chegou a altura de experimentar o produto original ou seja, as traves e os carris.

Percurso pedestre

20km

5 horas de caminhada efectiva

Aceda aos Track-Points GPS aqui

Fotos no final do texto

 

Há uns tempos que andava a pensar nisto, mas a vontade de ir ao Gerês tem sido mais forte.

Com o arranque das obras da barragem, a linha irá ficar submersa até cota 170, ou seja, algures entre Tralhão e Brunheda.

Achei então que estava na altura.

O Rebelo aceitou a minha proposta, o Francisco estava tão ou mais sedento do que eu, e lá fomos nós.

Como não se podia começar na estação do Tua devido às obras, atalhamos até ao Fiolhal, de onde se tem uma magnífica vista sobre o Alto Douro Vinhateiro.

Aqui, na alvorada, o cantar do Galo foi substituído pelo troar dos martelos pneumáticos nas encostas do Rio, e o cantar dos pássaros pelo ruído provocado pela azáfama de escavadoras e camiões, a remover e deslocar detritos.

Descemos então por um caminho de terra até ao km 3 da linha, a partir do qual fizemos a caminhada propriamente dita.

A ideia inicial de ir até ao Abreiro caiu por terra logo nos primeiros kms. A beleza do local não deixava pousar a maquina fotográfica (400 fotos no meu caso), de modo que fomos só até à Brunheda.

Praticamente sem inclinação a progressão é fácil. Não dá é para acelerar muito, é que a curta distancia entre as traves de madeira convida mais ao ritmo passeio e caminhar acima dos 3.5 kmh é penoso.

Ao fim do km 4  já se via o apeadeiro de Tralhariz ao qual se segue um túnel. De ressalvar que  todas as estações e apeadeiros estão selados ou fechados.

Mais um km e chega-se a um dos maiores pontos de interesse, as Fragas Más ao km 5,6. As suas longas encostas quase lisas, os túneis e viaduto constituem sem dúvida o melhor destas paragens.

De qualquer forma, caminhar com o rio ali ao lado, toda a envolvente das encostas e a vegetação com muitas flores à mistura, constituem por si só uma visão fantástica.

Ao km 7,6 chegamos ao apeadeiro do Castanheiro, perto de uma praia fluvial. Mais acima um pouco, ao km 9.2 entramos no túnel em curva da falcoeira, sendo este o maior do percurso que fizemos com cerca de 137m. Era mais fácil ouvir os morcegos do que vê-los na imensa escuridão mesmo com luz de apoio, ainda assim, deu para o registo fotográfico. Dois kms à frente encontramos a ponte da Paradela requalificada recentemente.

Ao km 13,4 chegamos à estação de Santa Luzia já de maiores dimensões e com duas vias. Aqui existia uma passagem de nível que servia a aldeia do Amieiro do outro lado do rio. No entanto a ponte já não existe e da operacionalidade do teleférico ficam dúvidas.

Paramos para almoçar no apeadeiro de São Lourenço junto à aldeia que lhe dá o nome. A sua característica principal é possuir termas.

Mais à frente ao km 17.8 passamos pelo apeadeiro do Tralhão. Aqui posso destacar duas características interessantes. O facto de ter um terraço com acesso por escada e de parecer ficar literalmente no meio do nada. Não conseguimos identificar nenhum acesso próximo mas no entanto é engano. O caminho junto ao apeadeiro provavelmente coberto pela vegetação, servia a aldeia mais próxima Pinhal do Norte, só a 3km de distância.

Aliás, todos os outros apeadeiros mesmo que em locais recônditos, não distam mais do que 2,5 km da população mais próxima ou seja, menos de 30 min a pé.

Antes de chegar à Brunheda faz-se uma última grande curva em que a paisagem muda. Entra-se numa grande recta em que o vale se abre, com o imponente viaduto da via rápida ao fundo, seguido da ponte da estrada nacional que segue para a Brunheda.

Chegados a esta estação, fim da linha para nós ao km 21. Como ainda tínhamos tempo, seguimos para a aldeia onde esperamos pelo táxi ao serviço da CP que nos levou de volta.

Descemos então até à estação do Tua para beber uma cerveja, tirar umas fotos à estação e ao antigo material circulante da linha do Tua que ali está deixado ao abandono.

A linha precisava de obras urgentemente. Nas encostas o granito está extremamente fracturado e o perigo de derrocadas é imenso. Contabilizamos 3 obstruções da linha. Estranho é perceber o porquê de tanta degradação.

As poucas intervenções que vimos com vigas de ferro inseridas nas rochas, lajes de betão e grampos com cabos de aço parecem-me insuficientes.

A linha do Tua da Brunheda até ao Douro é de uma beleza única e com enorme potencial turistico, mas infelizmente, vai desaparecer.

Ficam as memórias.

Para outras perspectivas do dia podem consultar outros AZIMUTES e outros OLHARES.

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publicado às 20:31


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